"Não fala o preço para meu amigo" - O golpe do falso intermediário

Vida e Estilo

O golpe do falso intermediário é uma prática fraudulenta que tem se tornado cada vez mais comum, especialmente em negociações realizadas online. Nessa modalidade de golpe, o criminoso se apresenta como uma pessoa confiável, alguém que aparentemente tem a função de intermediar uma negociação entre duas partes legítimas, mas seu objetivo é manipular ambas para roubar o dinheiro da transação.

Esse golpe geralmente ocorre em situações de compra e venda de produtos ou serviços. O golpista começa identificando uma pessoa que está vendendo algo, como um carro, um imóvel ou um aparelho eletrônico, e, ao mesmo tempo, encontra alguém interessado em comprar esse item. Fingindo ser o comprador para o vendedor e o vendedor para o comprador, o golpista cria uma falsa ponte entre as duas partes, que acreditam estar negociando diretamente uma com a outra.

Por exemplo, imagine uma pessoa que está vendendo um celular em um site de anúncios. O golpista entra em contato com o vendedor, fingindo ser um comprador interessado. Paralelamente, ele aborda um potencial comprador, afirmando ser o dono do celular que está à venda. Assim, ele manipula a comunicação entre as duas partes, geralmente criando uma história convincente para justificar sua presença como intermediário. Ele pode dizer ao vendedor que está comprando o celular em nome de outra pessoa ou que é um parente ou amigo do comprador real. Ao comprador, o golpista pode alegar que o item anunciado pertence a ele e que ele está organizando a venda.

O golpe acontece efetivamente quando o golpista consegue enganar o comprador para que transfira o dinheiro diretamente para ele. Por exemplo, o golpista combina o preço e os detalhes da venda com o comprador e, em seguida, instrui-o a realizar o pagamento para uma conta bancária que ele controla. Ao mesmo tempo, o golpista pode enviar ao vendedor um comprovante falso de pagamento, alegando que o dinheiro foi transferido. O vendedor, acreditando que o pagamento foi efetuado, pode liberar o produto ou até mesmo realizar um envio, enquanto o comprador, após transferir o dinheiro, percebe que foi enganado e nunca recebe o item.

Casos como esses podem ocorrer de várias formas. Em uma negociação de um carro, por exemplo, o golpista pode usar plataformas de mensagens para evitar contato direto entre as partes, afirmando que ele está agindo como intermediário para "facilitar" o processo. Muitas vezes, ele cria um senso de urgência, alegando que a transação precisa ser concluída rapidamente, o que faz com que as pessoas envolvidas não tenham tempo para investigar detalhes ou desconfiar de possíveis irregularidades.

O grande problema é que, ao final da transação, o golpista desaparece com o dinheiro. O comprador fica sem o produto, e o vendedor percebe que não recebeu o pagamento. É uma situação frustrante e, infelizmente, difícil de reverter, especialmente quando as partes só percebem o golpe após algum tempo.

Para evitar cair nesse tipo de golpe, é fundamental tomar algumas precauções. Primeiramente, sempre desconfie de pessoas que se apresentam como intermediários sem justificativa clara. Negocie diretamente com o comprador ou vendedor sempre que possível e procure evitar situações em que terceiros desconhecidos estejam envolvidos. Além disso, nunca libere um produto antes de confirmar que o pagamento foi realmente efetuado e compensado no banco. Golpistas frequentemente utilizam comprovantes falsos ou criam histórias para ganhar tempo e dificultar a verificação do pagamento.

Outra medida importante é fazer perguntas detalhadas e solicitar documentos ou identificações das pessoas envolvidas na negociação. Golpistas geralmente evitam fornecer informações que possam ser rastreadas e podem insistir em manter a comunicação exclusivamente por mensagens ou redes sociais para evitar dar pistas. Também é recomendável utilizar plataformas seguras que ofereçam proteção ao comprador e ao vendedor, como aquelas que possuem sistemas de garantia de pagamento, onde o dinheiro só é liberado após a entrega do produto.

Um exemplo adicional de como o golpe do falso intermediário pode ocorrer é em negociações imobiliárias. Imagine que uma pessoa está interessada em alugar um apartamento que viu anunciado na internet. O golpista pode se passar pelo proprietário do imóvel, exigir um depósito para garantir a reserva e depois desaparecer, deixando tanto o locador quanto o interessado sem respostas e sem dinheiro.

Formas alternativas 

 

O golpe pode ter várias versões e é bom estar atento a elas:

1. Golpe do Intermediário em Compras Online

  • Como funciona:
    O golpista se apresenta como intermediário entre o comprador e o vendedor em sites de venda ou redes sociais. Ele promete facilitar a transação (geralmente com um "seguro") e desaparece com o dinheiro.
    • Variações:
      • Criação de falsos anúncios para atrair compradores.
      • Uso de contas clonadas ou falsas para se passar pelo vendedor.

2. Golpe no Mercado Imobiliário

  • Como funciona:
    O intermediário fraudulento anuncia imóveis para alugar ou vender, exigindo pagamento adiantado (sinal, caução, etc.). Ele desaparece após receber o valor, sem ter vínculo real com o imóvel ou proprietário.
    • Variações:
      • Acessar informações de imóveis reais à venda e anunciar em outras plataformas por um preço atraente.
      • Usar contratos falsos para dar uma aparência de legitimidade.

3. Golpe em Investimentos

  • Como funciona:
    Um intermediário "especialista" oferece ajuda para investir em ações, criptomoedas ou fundos imobiliários, mas desaparece com o dinheiro ou desvia para contas próprias.
    • Variações:
      • Promessas de lucros rápidos e garantidos.
      • Utilização de perfis falsos em redes sociais para parecerem confiáveis.
      • Envio de relatórios falsificados de retorno financeiro.

4. Golpe de Intermediação em Serviços

  • Como funciona:
    O golpista oferece serviços como reparos, transportes, fretes, ou entrega de produtos personalizados, mas não tem capacidade ou intenção de cumprir. Ele some após receber um depósito.
    • Variações:
      • Se passar por um profissional qualificado (pedreiro, mecânico, designer).
      • Usar portfólios roubados para ganhar credibilidade.

5. Golpe em Transações de Veículos

  • Como funciona:
    O intermediário finge facilitar a venda ou compra de carros. Ele pode:
    • Cobrar uma comissão antecipada.
    • Receber o dinheiro do comprador e não repassar ao vendedor, sumindo com o veículo e os valores.
    • Variação tecnológica:
      • Usar aplicativos de mensagens para criar conversas falsas entre comprador e vendedor, simulando um acordo legítimo.

6. Golpe com Criptomoedas ou Pagamentos Digitais

  • Como funciona:
    O falso intermediário cria uma plataforma ou rede para "gerenciar" transações com criptomoedas, mas desvia os fundos antes que o usuário perceba.
    • Variações:
      • Enviar links falsos para carteiras digitais.
      • Se passar por suporte técnico e pedir chaves privadas.

7. Golpe de Intermediação em Concursos ou Seleções

  • Como funciona:
    Alguém se apresenta como intermediário para facilitar o ingresso em empregos, concursos públicos ou faculdades, cobrando taxas ou "propinas". Depois de receber o dinheiro, desaparece.
    • Variações:
      • Criar um site ou plataforma falsa de inscrições.
      • Falsificar cartas de aceitação ou aprovação.

Em qualquer transação, desconfie de urgências excessivas, prazos curtos ou condições que parecem boas demais para ser verdade. Sempre faça uma investigação cuidadosa sobre quem está do outro lado da negociação e, ao menor sinal de irregularidade, interrompa o processo imediatamente. Se for vítima de um golpe, procure as autoridades competentes para registrar o ocorrido e tentar reverter os danos.


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